Se conheceram numa noite fresca de uma das maiores cidades da America Latina. Se gostaram, se observaram, falaram, mas pouco se aproximaram. Dias depois a iniciativa partiu dela. Sentia por ele um desejo quente e excitante. Haviam conversado mto pouco, mas ela pensava profundamente nele, pensava em beijos, toques, carícias, no sexo que fariam com desejo e ardor. Marcaram o encontro pra uma noite no meio da semana. Ela saiu de casa num misto de euforia e medo. Daria certo? Se gostariam? Haveria afinidade nos assuntos? No sexo? Fariam sexo? Tentava sem sucesso frear os pensamentos. Tinha medo que o querer e a ansiedade atraissem a má sorte.
Chegou ao lugar do encontro. Ele a estava esperando. Se aproximaram e ele imediatamente tocou sua pele e elogiou sua maciez. Passou a mão sobre seu ombro, desceu pelo braço e avançou pelas costas. Ela sentiu um leve arrepio e uma sensação boa de prazer. Um calor brando e sensual invadiu seu corpo. Pressentiu que havia desejo em ambos. Sorriu, e ele disse que ela estava muito bonita naquela noite. Dentro dela foi como se um sol irradiasse e como se uma fogueira começasse a incendiar. Pássaros voavam dentro dela. Ela usava um vestido colorido que iluminava ainda mais sua pele morena. Ela pensava rapidamente como havia sido boba em acreditar, por um instante, que não daria certo. Como pôde pensar que o querer e a ansiedade pudessem atrair a má sorte?
Subiram um lance de escada, mas era como se caminhassem juntos por um longo caminho. A cada degrau ela sentia o pulsar da respiração dele e foi como se o tempo, por um instante, parasse. Entraram, conversaram, escutaram música, beberam. Amaram-se intensamente. Ele era gentil e carinhoso. Fazia comentários sobre seu corpo, sobre sua sensualidade e beleza. Falava coisas que ela sabia mais do que ninguém, mas que nem sempre os homens estavam dispostos a dizer.
Mais do que ninguém ela se via nua, sabia do seu corpo, dos seus cheiros, dos seus desejos. Ele gostava e falava justamente de partes do corpo dela que ela mais gostava de fotografar: os pés, as costas, o ombro. Amaram-se mtas vezes naquela mesma noite e ele lhe disse que ela era uma mulher para se passar horas, dias, noites, uma vida. Vestiu as sandálias em seus pés, beijou-os antes, acariciou-os e cheirou-os. Ela se despediu. Ja era de madrugada. Ele pediu para ter cuidado no retorno para casa e lhe deu um beijo de despedida. Seus brincos ficaram lá e ela voltou para busca-los na noite seguinte."

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