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Mostrando postagens de março, 2009
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NO AVIÃO Voltava comovida por uma subta emoção. Sentia uma espécie de enjôo que saía da garganta e descia ao estômago. Mas era um enjôo de contentamento, de emoção. Sabia que voltava mais plena, mas sábia, mais bela, mais vivida. Mais garrida. Tudo: o contato com os seres humanos, o contato com a cultura, o contato decepcionante com os amigos, as ruas cheias de carros, o bairro do alto, a arquitetura colonial, as cholitas, as bochechas vermelhas das crianças, os baños sujos, a imobilidade diante de situações que não podem ser mudadas (não podem?), os novos rostos, a eloqüência da argentina e sua definição: Maradona é a representação mais fiel do argentino, a litost, o livro de Kundera, a revelação do absurdo das coisas pelo diabo, o riso nervoso do anjo, o riso, o esquecimento, Tamina e o nosso desejo de falar e não ouvir ou de ouvir alguns poucos apenas, a tornava mais sublime, mais bela, mais criativa. Pensava naqueles que não gostava tanto, mas que teria que conviver por algum tempo