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Mostrando postagens de outubro, 2011
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Doar Na água doada em uma jarra, perdura a fonte. Na fonte perdura todo conjunto de pedras e todo adormecimento obscuro da terra. A terra recebeu chuva e orvalho do céu. Na água da fonte, perduram as núpcias de céu e terra. As núpcias perduram no vinho que a fruta da vinha concede e no qual a força alimentadora da terra e o sol do céu se confiam um ao outro. Na doação da água, na doação do vinho perduram, cada vez, céu e terra. Na vig ência da jarra, perduram céu e terra Na doação da água vivem, cada qual a seu modo, em conjunto a terra e o céu, os mortais e os imortais A jarra aproxima, despercebidamente, coisas muito distantes (fragmentos entrecortados e adaptados do texto A Coisa , de Martin Heidegger. Outubro/2011)
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A ponte A ponte não apenas liga as margens. É somente na travessia que a as margens surgem como margens. A ponte cria. Ele deixa cada coisa separada e unida ao mesmo tempo. A ponte traz. A ponte coloca. A ponte reúne. A ponte conduz. A ponte permite ao mesmo tempo em que preserva. A ponte dá passagem. A ponte leva. A ponte transporta. A ponte se estende. A ponte conduz a caminhos hesitantes e apressados. A ponte cumpre uma reunião integradora. Na ponte o divino está sempre vigorando. A seu modo, a ponte reúne, integrando a terra e o céu, os divinos e os mortais junto a si. (fragmentos entrecortados do texto Construir, habitar, pensar de Martin Heidegger. Numa concepção heideggeriana, tais fragmentos, transformados agora em poesia, dada minha intenção (e ação) em tranforma-los num poema, já é um outro lugar. Seria este, então, um poema meu? São Carlos. Outubro/2011)
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Congadeiros do Marinheiro Obrigada, tambores, por este dia De couro, baquetas, cânticos graves e agudos, Lindas negras a balançar seus quadris Trupés em lindo balé sapateado Estridente balançar das patangomas. Senhora imponente com seu cajado a lembrar o orixá velho Insenso de Oxalá pai velho e eterno Num corpo que ainda não sabe decifrar sentidos e sentimentos. Terno eterno, És puro o som do céu e a voz azul do ar. Como a mais pura e bela das experiências que nos atravessa, És hoje parte de mim ALESSANDRA GOMES Outubro/2011