POTIGUAR

Potiguar. Terra de Câmara Cascudo, água de azul profundo que se junta ao azul puro do céu sem nuvem. Terra das desutilidades poéticas: o bode Frederico, os mercadinhos, o cavalo Thor, a geléia da Elisa, as meninas de pele morena sentadas na beira da praia. Terra onde o mar em seu existir profundamente ininteligível - assim como o mundo - convida ao encontro com o desconhecido. Arrasta e desafia o homem. Joga o caboclo lá no fundo e pergunta: o que é preciso pra sobreviver? Calma e paciência, responde a sapiência do cabra. A mim, como dizia o poeta, me resta molhar o pé no riacho e agradecer a nosso senhor. Ir olhando coisas a granel, coisas que pra módi vê, só o cristão que anda a pé pode realmente conhecer.

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