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Mostrando postagens de 2009
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VEJA Veja como vivem as estrelas da decoração. Veja como as pessoas são magras e brancas. E se não são brancas são magras do mesmo jeito. Veja como os apartamentos/mansões são agradáveis. Veja como o quarto do bebê é lindo, branco, bem decorado. E ele toma banho num ofurô! Veja: a única negra da revista tem o rosto escondido. - Mas está sendo massageada por uma branca! Veja: o bife ancho-noix da costela do boi custa 49,00 num fino restaurante dos Jardins! - Mas dá pra duas pessoas! Meus Deus! 180 milhões de brasileiros! E 90% da população não se vê na Revista Veja! (2006)
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gripe suína fechem todas as portas avisem a policia toquem as sirenes comprem máscaras evitem ambientes fechados garanto que uma flor nao nasceu é a vaca loca é a gripe suína viva a industria farmcêutica amém vírus fabricado em laboratório mulher fabricada em laboratório quem vai se ajoelhar aos pés da Nossa Senhora Ciência? o medo é necessário o pânico é necessário a mídia vive do pânico o mercado vive do medo abra uma conta e ganhe um revolver cuide de sua própria segurança não espere do estado faça você sua lei nao espere sentado seja cidadão! não ao desarmamento não interfira no meu direito individual é a gripe do frango é a gripe suína amém indústria farmacêutica o mercado precisa do pânico a mídia vive do medo compre a máscara coloque a máscara é três por um real quem vai querer? olha o Michel Jacson aí gente! (2006)
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As vezes fica tudo bagunçado feio. Por dentro e por fora. (Alessandra Gomes)
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Eternamente quero beijar sua boca ternamente (Alessandra Gomes)
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A Am Amo Amor Amor s Amor se Amor sem Amor sem n Amor sem ne Amor sem nex Amor sem nexo (Alessandra GOmes)
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Palavra bruta Palavra brita Palavra cheia Palavra feia Palavra rara Palavra cara Palavra doce Palavra amarga Palavra puta Palavra gosto Palavra sexo Palavra ai Palavra ui Palavra ei Palavra oi Palavra cheiro Palavra cor Palavra amor Palavra dor Palavra flor (Alessandra Gomes)
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Eu hj acordei como se um caminhão tivesse passado em cima de mim. Pássaros negros sobrevoam o céu cinza. Tudo é escuro. É preciso uma lente escura para um olho que não consegue se abrir ao sol À claridade Quero uma máquina de esquecer Perder a memória Perder pedaços de mim pela calçada Rua de paralelepípedo sangrando Bandaierolas de São João balançam, corujas gritam tristemente. Fogos de artifício Sangue da boca escorre pelo pescoço O corpo me pesa Eu hoje acordei como esquecida Esquecida de mim na rua escura Com a pele doendo A alma fria O desejo do nada De mim só resta a chuva fina que cai lá fora (Alessandra Gomes)
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NO AVIÃO Voltava comovida por uma subta emoção. Sentia uma espécie de enjôo que saía da garganta e descia ao estômago. Mas era um enjôo de contentamento, de emoção. Sabia que voltava mais plena, mas sábia, mais bela, mais vivida. Mais garrida. Tudo: o contato com os seres humanos, o contato com a cultura, o contato decepcionante com os amigos, as ruas cheias de carros, o bairro do alto, a arquitetura colonial, as cholitas, as bochechas vermelhas das crianças, os baños sujos, a imobilidade diante de situações que não podem ser mudadas (não podem?), os novos rostos, a eloqüência da argentina e sua definição: Maradona é a representação mais fiel do argentino, a litost, o livro de Kundera, a revelação do absurdo das coisas pelo diabo, o riso nervoso do anjo, o riso, o esquecimento, Tamina e o nosso desejo de falar e não ouvir ou de ouvir alguns poucos apenas, a tornava mais sublime, mais bela, mais criativa. Pensava naqueles que não gostava tanto, mas que teria que conviver por algum tempo
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QUERERES Para jardim te quero. Te quero pra borboleta de asas tortas. Prá céu azul em manhã de abril. Pra dia chuvoso. Cheiro no cangote. Esponja pra esfregar as costas. Banho de mangueira no quintal. Mergulho de mãos dadas. Te quero para gume ou o frio das espadas.Te quero para lume. Pra vaga-lume. Pirilampo. Mariposa. Libélula roxa. Para orvalho te quero sobre as horas transtornadas. Para a boca te quero. Para minha palavra, minha saliva, minha língua. Meu grito. Meu ai, meu ui, meu ei! psiu, vem cá. Gota salgada que sai dos olhos. Líquido quente que sai da vagina. Te quero para entrar e partir pela cintura. Pra êxtase, transe. Ácido lisérgico. Adrenalina pura. Para barco te quero. Viajar por lagos, oceanos, oásis. Te quero para ser canção breve, chama pura, alimento, sorriso, água, grama, nuvens e flor de cactus. (Alessandra Gomes) (com licença poética de Eugénio de Andrade)
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MUNDO Da janela de meu carro vejo a grandeza do mundo: É bom Belo Nos faz chorar Ao mesmo tempo dói e alegra Emociona e repudia É admirável, desprezível É antigo, é novo Mas nunca indiferente O mundo dói Alegra Contraditoriamente sorri O mundo e suas muitas línguas: Multifacetado Antropofágico Em círculo Em fila Em comunhão Em guerra Em paz Em cores vivas e desbotadas O mundo vivo simples e simplesmente Pulsando em cada um de nós e em si mesmo Como uma grande mãe que carrega muitas coisas nas costas Nos braços Nos ombros Nos gigantes e invisíveis braços, ombros e costas Em seu corpo afetuoso e solidário O mundo pulsa a cada dia Vai, olha o mundo, vê o mundo e repara o mundo (Alessandra Gomes)
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Montanha MO MON MONT MONTA MONTAN MONTANH MONTANHA MONTANHA P MONTANHA PE MONTANHA PED MONTANHA PEDA MONTANHA PEDAÇ MONTANHA PEDAÇO MONTANHA PEDAÇO D MONTANHA PEDAÇO DE MONTANHA PEDAÇO DE T MONTANHA PEDAÇO DE TE MONTANHA PEDAÇO DE TER MONTANHA PEDAÇO DE TERR MONTANHA PEDAÇO DE TERRA MONTANHA PEDAÇO DE TERRA Q MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QU MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE B MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BA MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BAT MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE N MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE NO MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE NO C MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE NO CÉ MONTANHA PEDAÇO DE TERRA QUE BATE NO CÉU (Alessandra Gomes)
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MINHA PALAVRA procuro minha palavra pelo mundo, essa palavra é minha vida vida desencontro vida poesia vida vivida vida perdida vida viva somente vida vou procurar minha palavra pelo mundo enquanto nao encontrá-la eu mesma serei minha palavra portadora de meus desejos, olhares, utopias, sonhos seculares procuro desencantar essa palavra minha procura é minha palavra se nao encontra-lá a inaugurarei em cada lugar (Alessandra Gomes)